segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Imprevisto

No final do ano sempre temos aquela sensação de que o ano acabou e que nada mais chocante está por vir. Com uma amiga minha foi diferente. Vou chamá-la de Pati, mesmo não sendo esse o verdadeiro nome dela.
Pati sempre foi uma guria com uma vida monótona, ia para o colégio e vivia sempre sua vidinha normalmente. Ia bem nas notas do colégio e isso não era novidade para ela, mesmo não estudando. Pati era daquele tipo de guria que conseguimos nos encantar na hora, com um jeito meigo e simpático, dependendo das pessoas, é claro, mas se tiveres sorte, ela sempre vai ser sua amiga, para o que der e vier.
Na metade do ano de 2009 de uma vida monótona Pati começou a ter uma vida agitada e horrível, preferindo os sonhos do que a verdadeira realidade. Seu herói, seu companheiro, seu velho, seu amigo, tivera deixado-a sozinha neste mundo, havia partido. Estava sem chão, nao saberia o que fazer pois nunca tinha encarado pessoalmente a perda de alguém. E dessa vez não tinha com quem desabafar, se sentia sozinha no mundo, podendo apenas falar consigo mesma sobre o assunto. Os outros não a entendiam. Era apenas ela e ela naquela imensidão de mundo.
Bom, aquela frase que diz "a melhor cura é o tempo" se adaptou bastante para Pati em sua vida. Aquele episódio de sua vida tinha deixado muitas marcas e traumas para uma pessoa tão inocente e incapaz como Pati. Não sabia o que fazer, eu, pessoalmente tentei ajudar, mas ela não ouvia a ninguém, nem mesmo ao consciente dela. Depois do tempo, como diz a frase, ela acabou se acostumando com a ideia de não poder mais ver todos os dias aquele sorriso simples e verdadeiro de seu avô. Agora era apenas retratos (e desses ela agradecia todos os dias por existir).
Depois deste tempo sua vida começou a ter um pouco mais de emoção, começando o melhor período de sua vida: a adolescência. Curtiu muito e certamente ainda está curtindo. No meio dessa curtição, Pati, por não ser uma pessoa muito sortuda, surtou novamente. Surtou não pela perda mas sim pela separação das pessoas que mais ama nesse mundo. De uma vida cheia de adrenalina que havia tendo, novamente, seu chão caiu e percebeu que não tinha com quem contar, quer dizer, tinha, mas não queria. Tentei ajudá-la, mas novamente, ela não ouvia ninguém, queria ficar apenas ela e ela. E, denovo, acabou preferindo os sonhos do que a verdadeira realidade.
Certamente ela amadureceu com tudo isso que lhe aconteceu nesses últimos tempos e, por esse amadurecimento, percebeu que ainda há muito por vir. Ainda vão acontecer coisas terríveis e ainda vai se decepcionar muito com as pessoas. Ainda vai ter momentos inesquecíveis e inexplicáveis, mas sempre acompanhado por tristezas e desgostos. A vida é assim, é um pacote completo. Ela é assim, imprevisível.

Um comentário:

  1. A vida é imprevisível. Quando tu achas finalmente que estás preparada pra tudo, ela mostra (infelizmente) que não. te amo. do not forget. :)

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